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Entrevista traduzida: Interview Magazine

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Entrevista traduzida que AURORA concedeu ao site da Interview Magazine, a entrevista foi publicada dia 28 de Maio de 2015 (14 dias após o lançamento do Running With The Wolves - EP). AURORA fala sobre expectativas para o novo álbum, infância, Katy Perry e muito mais. Confira a entrevista traduzida com exclusividade:

Desde que Aurora Aksnes começou a escrever canções na idade de nove [anos], a melancolia penetrou firmemente em sua música. Sua primeira composição, “I Had a Dream”, abordando como o mundo pode ser duro; quando ela tinha 11, o olhar de um homem bêbado dormindo nas ruas de sua pequena litorânea cidade de Oslo, Noruega, entristeceu-a ao ponto de sentir compelida a escrever sobre ele. “Eu entendo que as pessoas me achem um pouco estranha, mas eu não penso sobre isso tanto assim,” ela diz: “Eu era bem estranha quando criança, até mais do que sou agora.”

Mais cedo esse mês, Aurora (que abandonou seu sobrenome como artista) lançou seu EP de estreia, Running With the Wolves, uma coleção de quatro músicas que exibe sua forma de contar histórias cansada do mundo, decorado com elegantes melodias folk e cintilante instrumentação eletrônica. Antes do lançamento, em março, Katy Perry tuitou um link para o vídeo invernoso para a faixa principal do EP, “Runaway”, contando aos seus 60 milhões de seguidores que ela finalmente havia encontrado música nova que fez seu coração palpitar.

Pela maior parte de sua vida, Aurora foi muito tímida para compartilhar sua música com outros, mesmo sua família, e assim foi até o último dia de seu 10° ano em que ela se apresentou em público pela primeira vez. Pouco tempo depois, em dezembro de 2012, um amigo postou sua chocante faixa “Puppet” em um site norueguês para artistas não assinados. Embora chateada a princípio, isso levou a cantora-compositora até seu empresário atual. Desde então ela tem desenvolvido seu som no estúdio: produzindo com seus companheiros de banda O. Martin e Magnus Skylstad, enquanto também incorpora um pouco de natureza através de gravações no campo.

CHRIS TINKAM: Ambas as suas canções “Runaway” e “Awakening” expressam uma nostalgia para voltar para casa. Você estava tendo premonições do estilo de vida de turnê quando as escreveu?

AURORA: É esquisito—essas músicas se encaixam melhor na minha situação agora, porque estou viajando bastante, pelo menos uma vez na semana. “Runaway” meio que se encaixa na minha situação porque pode ser assustador estar em qualquer outro lugar por muito tempo. Eu sempre sinto que estou segura em casa, perto da minha família, e na floresta também.

TINKHAM: No Facebook, você recomenda que seus fãs compartilhem sua faixa “Running With the Wolves” com um animal de estimação. Você tem algum?

AURORA: Eu realmente quero um bichinho de estimação e eu realmente amo animais. Eu tenho um pássaro que não é meu, mas eu sinto que ele vive conosco, porque nós temos todas essas árvores fora de nossa casa. É como um corvo e ele pousa na árvore quase todo dia. Eu sinto que ele é parte da família, mas ele é livre.

TINKHAM: Ele tem um nome?

AURORA: Não. Um animal livre não tem um nome, eu acho. Mas eu nomeei minha mariposa morta. Eu coleciono insetos mortos, e ele é chamado de Nightcrawler. Eu acho que isso também é um filme, mas esse é o nome dele.

TINKHAM: Com sua primeira canção, “I Had a Dream”, como você adquiriu a ideia do mundo sendo um lugar triste sendo tão jovem?

AURORA: Eu sou bem sensível. Eu lembro, quando criança, se alguém na sala de aula estava triste ou com raiva, isso poderia ter um grande impacto em mim. Acho que eu assisti as notícias uma vez, com nove anos, e tive que escrever sobre isso.

TINKHAM: Quando foi a última vez que você chorou?

AURORA: Ontem. Foi só um choro por nenhuma razão particular. Eu acho que é bom para você e eu tento estar em contato com meus sentimentos e emoções tanto quanto posso e tento não deixá-los de lado, de outro jeito eu perderia a cabeça. [risos] Nunca se sabe o que aconteceria se eu explodisse.

TINKHAM: O que te deixa furiosa?

AURORA: Quando as pessoas são tratadas injustamente ou quando pessoas sofrem bullying. Eu não entendo porquê ou como podemos intimidar uns aos outros.

TINKHAM: Você gosta de passar tempo sozinha?

AURORA: Eu amo ficar sozinha, e quando criança também, especialmente se ao ar livre. Quando você está ao ar livre e tudo é montanhoso, é como se a natureza tivesse seu próprio som, e esse é um dos meus sons favoritos. Eu realmente amava ficar sentada silenciosamente lá fora, numa árvore ou arbusto, apenas para pensar.

TINKHAM: Qual é sua história com a música “Don’t Worry Be Happy”?

AURORA: [risos] Meu pai e minha mãe cantavam em um coral uns anos atrás como um hobby, e eles se divertiam muito com isso. Meu pai tinha os vocais principais nessa música e ele ensaiava isso bastante em casa. Eu o ajudava as vezes—fazia as harmonias e cantarolava. Então nós cantamos muito essa música juntos. É quase uma canção de família agora. Me deixa feliz quando a ouço.

TINKHAM: E quanto a música do Titanic, “My Heart Will Go On

AURORA: Eu nunca era permitida a assistir quando era mais jovem, mas eu lembro de ver uma cena quando tinha três anos, Essa é uma das minhas primeiras memórias. Eu entrei na sala e minha família inteira estava sentada lá assistindo, e eu deveria estar na cama. Eu consegui pegar um vislumbre da cena em que eles estavam na borda do navio se segurando um no outro, com a música no fundo. Aquilo queimou em minha mente. Então eu comecei a ir mais ao gramado do meu vizinho; eles tem uma rocha no gramado que parecia com a parte da frente de um navio. Todo dia, eu ia àquela pedra, parava na borda e cantava essa música. [risos] Eu acho que eu me sentia bem bonita. Às vezes eu usava vários vestidos um em cima do outro. Isso me fazia parecer uma bola redonda.

TINKHAM: Você cresceu ouvindo Bob Dylan e Leonard Cohen. O que te fez procurar um som eletrônico?

AURORA: É como eu acho que devia soar. Eu realmente não pensei sobre o som das minhas músicas antes de começar a gravar coisas no estúdio. Então, [uma vez que estava no estúdio] eu quis descobrir todos esses novos sons e fazer as músicas soarem como na minha cabeça. Agora eu penso em formas diferentes, porque eu sei as possibilidades que você tem no estúdio. Então depois de estar no estúdio, eu percebi que é como eu quero que seja. Só pareceu certo.

TINKHAM: Onde você estava quando você descobriu que Katy Perry tinha tuitado sobre você?

AURORA: Eu estava na minha cama. [risos] Eu tinha acabado de acordar e foi estranho acordar para aquilo. Meu celular estava zumbindo muito. Tinha recebido várias notificações e mensagens e aí eu percebi que Katy Perry tinha escrito sobre um artista norueguês. Eu percebi depois que era eu, que eu era a artista norueguesa. Foi esquisito saber que ela sabe quem eu sou. Mas foi bem legal dela ter feito isso.


TINKHAM: Depois do show de Estocolmo você se desculpou no Facebook pelo silêncio entre as músicas. Como são suas brincadeiras no palco nesses dias?

AURORA: Estou me acostumando com a parte de cantar, mas não a parte de falar. É muito estranho ficar lá sendo você mesma e tendo que falar e entreter pessoas desse jeito. Eu sou bem ruim nisso. Eu fico bem estranha e boba. É estressante, mas estou trabalhando nisso.

TINKHAM: Você preferiria não dizer nada?

AURORA: Sim, eu preferiria isso. Ainda assim, eu não gosto de não dizer nada. Eu não gosto de ter uma parede entre mim e o público. Eu quero quebrar essa parede e me comunicar com as pessoas na sala, porque nós estamos juntos e estamos tendo um bom momento. Então eu tento falar com algumas pessoas individualmente. Isso faz ficar mais pessoal.

TINKHAM: Qual são suas esperanças pro seu disco de estreia?

AURORA: Eu acho que, seja o que aconteça, eu estou apenas feliz que escrevi essas canções e fiz um álbum. Isso é realmente grande para mim, e estou orgulhosa disso. Mas eu acho que isso pode ser de ajuda, que pessoas vão encontrar alguma terapia e alegria nisso.

Assista ao clipe de Running With The Wolves:

Confira a matéria na íntegra clicando AQUI.
Tradução por Jéssica Cardoso (Equipe PABR)

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